Até 2014, o Brasil estará pronto para a era do conhecimento, afirma Dilma

Ao receber o prêmio Os Brasileiros do Ano, presidenta diz que ano foi bom, apesar da crise mundial, e que espera 2012 ainda melhor

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou que 2012 será um ano ainda melhor que 2011 para o Brasil; Ao receber o prêmio de Brasileira do Ano, na noite desta terça-feira (6), em São Paulo, em evento organizado pela revista  IstoÉ , ela garantiu que 2011 foi o marco de uma era de prosperidade e que até 2014 o país vai se preparar para a era do conhecimento. Ela dedicou o prêmio aos 198 milhões de brasileiros “que carregam o país nas mãos”.

 O país vai chegar a 2014 em melhores condições, previu Dilma. “Vamos preparar o Brasil e os brasileiros para a era do conhecimento, para a era que tem na tecnologia e na inovação seu grande marco. Vamos nos livrar da extrema pobreza e buscar a cada dia mais melhorar a qualidade do serviço público – condição para o país ter uma grande classe média, cada vez mais numerosa e que construa uma base sólida para que nos transformemos em um dos polos mais dinâmicos da sociedade, da cultura e da economia internacional.”

A presidenta destacou que 2011 não foi um ano fácil para o mundo, sujeito a uma crise de confiança que atinge os países do hemisfério Norte, especialmente os da zona do euro e os Estados Unidos. “A crise se traduz em recessão, instabilidade e taxas assustadoras de desemprego. Em um mundo globalizado, nenhum país está imune aos efeitos da crise, mas o Brasil construiu as condições para transformar este momento em oportunidades. Não se trata de considerar que quanto pior para o mundo, melhor para nós. O Brasil enfrentou 20 anos de recessão, se preparou e chega hoje em condições de reagir, contando sobretudo com suas forças”, disse.

Os dados econômicos de 2011 foram ressaltados pela presidenta a uma numerosa plateia: a criação de 2,2 milhões de empregos e taxa de 5,8% de desemprego; PIB de 3,2% ( nos três primeiros trimestres deste ano ), apesar da redução deliberada do ritmo de aceleração; US$ 234 bilhões de exportações até novembro – recorde histórico; e US$ 56 bilhões de investimentos internos diretos externos. “As exportações crescem em taxas superiores às importações. Aos que previam uma crise cambial, que teríamos graves problemas diante do mercado internacional, digo que não foram corretos nas previsões. Tivemos um ano bem-sucedido, soubemos administrar as ameaças que atingem a todas as economias e administrar suas características mais perigosas.”

A presidenta afirmou que o país antecipou-se a algumas dificuldades porque anteviu, à frente de outros, que haveria uma situação grave na Europa e tomou várias medidas de proteção da indústria, do setor agrícola e de serviços. ”Encerramos o ano com estabilidade e crescimento e a visão de que 2012 será melhor que 2011, o que não é pouco diante da crise e da insensatez política que vivenciamos nos Estados Unidos e na Europa.”

A melhor ferramenta, para Dilma, é a parceria entre o setor público e a sociedade, as empresas privadas e os trabalhadores. “Ao ter clareza da democracia forte que somos, sabemos que nossa situação é diferente da de países submetidos às regras do Fundo Monetário Internacional (FMI), à desregulamentação financeira absurda e à perda de capacidade de seus estados agirem.”

Diante do cenário mundial, a presidenta comemora o fato de o país chegar ao final de 2011 sem abrir mãos dos princípios fundamentais: crescimento econômico, investimento, obras de infraestrutura, controle da inflação, redução de juros, geração de emprego, fortalecimento do mercado de consumo, distribuição de renda e inclusão social.

“Por termos passado por isso sabemos que combater crise com recessão não dá certo – causa perda de riqueza, provoca desemprego, impõe perdas de direitos e geralmente não resolve nada, cria espiral descendente em que menor crescimento gera mais crise, que gera menor crescimento. Para nós, crescer e distribuir renda é o caminho da prosperidade. Esse foi o caminho que assumimos desde o início do governo Lula”, disse Dilma.

A presidenta disse que o Brasil quer ser um país de classe média. Destacou que o contingente de pessoas que foi elevado a essa condição nos últimos anos equivale à população da Argentina ( cerca de 36 milhões ). “Essas pessoas tornaram-se consumidores, produtores. Queremos que sejam cidadãos plenos, com educação plena, saúde de qualidade”, concluiu.

Outras quatro personalidades foram premiadas pela revista, nas categorias política, televisão, cidadania e cultura. As revistas  IstoÉ Dinheiro  e  IstoÉ Gente  homenagearam cinco empreendedores e cinco personalidades que se destacaram em 2011, respectivamente.

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